Fase lútea: o que é, quanto tempo dura e como afeta a fertilidade feminina

Quando falamos sobre saúde reprodutiva feminina, o ciclo menstrual é uma peça importante para entender não só o corpo da mulher, mas também a sua fertilidade. Entre as várias fases do ciclo, a fase lútea tem um papel muito especial e, muitas vezes, pouco comentado. Ela pode, inclusive, ser decisiva para quem está tentando engravidar ou apenas tentando cuidar melhor da própria saúde.

Neste texto, vamos explicar de maneira simples o que é a fase lútea, quanto tempo ela dura, quais são seus sintomas e qual a relação dela com a sua fertilidade. Se você quer se conhecer melhor ou está no momento de planejar uma gravidez, continue a leitura e saiba mais a seguir. 

O que é a fase lútea e quais são suas funções?

A fase lútea é uma das etapas mais importantes do ciclo menstrual feminino. Ela acontece depois da ovulação, que é quando o ovário libera o óvulo maduro, e antes da menstruação começar.

Durante a ovulação, o folículo que “abrigava” o óvulo se transforma em uma estrutura chamada corpo lúteo. É essa estrutura que começa a produzir progesterona, o hormônio responsável por preparar o útero para receber um embrião.

A progesterona age como uma “protetora” do útero. Ela faz com que o endométrio (conhecido como revestimento interno do útero) fique mais espesso, nutrido e receptivo ao embrião, criando um ambiente ideal para que o óvulo fecundado se implante e inicie a gestação. 

Esta é sua função principal. Se não houver fecundação, o corpo lúteo se desintegra, o nível de progesterona cai e o útero descama, é quando a menstruação normalmente acontece.

Ou seja, a fase lútea é essencial para sustentar uma possível gravidez no início e manter o ciclo menstrual funcionando direitinho.

 A fase folicular vs. a fase lútea

Para compreender plenamente o ciclo menstrual, é essencial analisar suas duas fases principais: a fase folicular e a fase lútea. Cada uma desempenha um papel fundamental na preparação do corpo para uma possível gravidez, com hormônios e processos distintos.

Fase Folicular: Preparação para a Ovulação

A fase folicular tem início no primeiro dia da menstruação e se estende até o momento da ovulação. Durante esse período, o organismo concentra seus esforços no amadurecimento dos folículos ovarianos, estruturas que abrigam os óvulos em desenvolvimento.

O Papel do Estrogênio: conforme os folículos crescem, eles produzem este hormônio estrogênio em quantidades elevadas. Esse hormônio é responsável por:

  • Espessar o endométrio (revestimento interno do útero), criando um ambiente favorável para a implantação de um embrião.
  • Estimular a liberação de LH (hormônio luteinizante), que faz com que a ovulação. aconteça

É preciso compreender que quanto mais os níveis de estrogênio aumentam, mais o corpo se prepara para liberar um óvulo maduro, marcando o fim dessa fase.

Fase Lútea: Manutenção do Ambiente Uterino

Após a ovulação, o ciclo entra na fase lútea, que se estende até o início da próxima menstruação (caso não ocorra gravidez). O principal hormônio dessa etapa é a progesterona, produzida pelo corpo lúteo (estrutura formada a partir do folículo que liberou o óvulo).

Ação da Progesterona: 

  • A progesterona age mantendo o endométrio espesso, garantindo que o útero esteja receptivo a um possível embrião.
  • Inibe novas ovulações, assegurando que apenas um óvulo seja fertilizado por ciclo.

Se a fecundação não acontecer, o corpo lúteo se degenera, os níveis hormonais caem e o endométrio se desprende, iniciando um novo ciclo menstrual.

Quanto tempo dura a fase lútea?

A fase lútea é um período crucial do ciclo menstrual, com duração média de 12 a 16 dias. Ela se inicia imediatamente após a ovulação e se estende até o primeiro dia da menstruação, marcando o fim do ciclo atual e o começo de um novo.

  • Duração e Regularidade da Fase Lútea: apesar de pequenas variações entre mulheres, a fase lútea tende a ser relativamente constante em um mesmo ciclo. Por exemplo:
  • Em um ciclo de 28 dias, a ovulação ocorre geralmente por volta do 14º dia, fazendo com que a fase lútea ocupe os 14 dias restantes.
  • Já em ciclos mais longos ou curtos, a fase folicular (pré-ovulatória) pode variar, mas a fase lútea normalmente mantém sua duração característica.

Fatores que Influenciam a Duração da Fase Lútea

Embora a fase lútea seja geralmente estável, algumas condições podem alterar sua duração, incluindo:

1. Desequilíbrios Hormonais

Níveis inadequados de progesterona podem encurtar a fase lútea, afetando a preparação do útero para uma possível gravidez.

2. Estresse Físico ou Emocional

O cortisol (hormônio do estresse) pode interferir na produção de progesterona, alterando o tempo dessa fase.

3. Uso de Contraceptivos Hormonais

Pílulas anticoncepcionais e outros métodos hormonais podem suprimir a ovulação, modificando a dinâmica da fase lútea.

4. Distúrbios da Tireoide

Hipotireoidismo ou hipertireoidismo podem afetar a regulação hormonal, impactando a duração dessa fase.

Deficiência da Fase Lútea e Fertilidade

Quando a fase lútea é mais curta que o normal, ou seja, menos de 10 dias, pode ser que você tenha uma condição conhecida como Deficiência da Fase Lútea (DFL). Essa alteração pode:

  • Prejudicar a implantação do embrião, já que o endométrio não se mantém adequadamente.
  • Reduzir as chances de gravidez, exigindo avaliação médica especializada e talvez um possível tratamento hormonal.

Sintomas da fase lútea

Muitas mulheres sentem mudanças no corpo durante a fase lútea, e é normal, já que os hormônios estão trabalhando pesado nessa etapa. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Inchaço abdominal
  • Sensibilidade ou dor nas mamas
  • Alterações de humor (como irritação ou tristeza)
  • Fadiga e sensação de cansaço
  • Desejo por alimentos específicos (como vontade de comer mais doce e massas)
  • Acne ou piora da oleosidade da pele
  • Leve aumento da temperatura corporal

Esses sintomas podem ser confundidos facilmente com sinais de gravidez ou com a síndrome pré-menstrual (TPM). Isso acontece porque os primeiros sintomas da gestação e os da fase lútea são parecidos, já que ambos estão ligados ao aumento da progesterona no corpo.

Se você está tentando engravidar e perceber esses sinais, é bom lembrar que apenas um teste de gravidez pode dar a resposta definitiva.  

Qual a relação da fase lútea com a fertilidade feminina?

Como você pode notar pela leitura deste artigo, a fertilidade feminina depende de uma série de fatores, e a fase lútea tem um peso considerável nesse processo.

Para que uma gravidez aconteça de forma saudável, é necessário que o útero esteja preparado para receber e nutrir o embrião nos primeiros dias depois da fecundação. Quem faz esse preparo é justamente a fase lútea, por meio da produção de progesterona.

Se a fase lútea não funcionar direito, mesmo que o óvulo seja fecundado, pode não haver a implantação no útero ou, se houver, a gestação pode não se manter nos primeiros dias. Por isso, problemas relacionados à fase lútea podem causar dificuldades para engravidar ou aumentar o risco de abortos espontâneos no início da gestação.

Como problemas na fase lútea podem afetar a fertilidade

Como explicamos, a insuficiência lútea (ou deficiência da fase lútea) é uma condição que ocorre quando o corpo lúteo, estrutura formada após a ovulação, não produz progesterona suficiente para manter o endométrio adequadamente preparado. Isso pode comprometer a implantação do embrião e a manutenção de uma possível gravidez.

Principais Causas da Insuficiência Lútea

Existem vários fatores podem contribuir para essa disfunção hormonal, incluindo:

  • Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) : mulheres com SOP frequentemente apresentam desequilíbrios hormonais que afetam a ovulação e a qualidade do corpo lúteo.
  • Distúrbios da Tireoide: hipotireoidismo e hipertireoidismo interferem na produção de progesterona, podendo encurtar a fase lútea.
  • Estresse Crônico: o cortisol elevado (também conhecido e famoso por ser o chamado hormônio do estresse) pode inibir a produção de progesterona, prejudicando a fase lútea.
  • Excesso de Exercício Físico: afinal, atividade física intensa sem recuperação adequada pode reduzir os níveis de progesterona, especialmente em atletas.
  • Idade avançada: com o envelhecimento, é comum e esperado que a reserva ovariana diminua, e isso, claro, afeta a qualidade da ovulação e do corpo lúteo.

Sintomas da Insuficiência Lútea

Alguns sinais que podem indicar essa condição incluem:

  •  Ciclos menstruais mais curtos (menos de 21-24 dias)
  •  Dificuldade para engravidar ou abortos precoces
  •  Sangramento de escape no meio do ciclo
  •  TPM intensa (devido ao desequilíbrio hormonal)

Tratamento: Como Restaurar o Equilíbrio Hormonal

O tratamento é individual e precisa ser estudado com cuidado, mas ele varia conforme a causa, mas normalmente inclui:

  • Suplementação de Progesterona: como cremes, comprimidos ou supositórios vaginais podem ser usados para compensar a baixa produção natural.
  • Indutores de Ovulação (em casos de SOP): medicamentos como clomifeno ou letrozol ajudam a melhorar a ovulação e a função do corpo lúteo.
  • Controle do estresse e do sono: técnicas de relaxamento, meditação e sono adequado ajudam a equilibrar o cortisol e melhorar a progesterona.
  • Ajuste na Rotina de Exercícios: se for possível e você não trabalha com esportes, reduzir o excesso de treinos e priorizar recuperação adequada pode melhorar a saúde hormonal.
  • Tratamento de Doenças Associadas: se houver hipotireoidismo ou SOP, por exemplo, o controle adequado dessas condições é essencial para normalizar a fase lútea.

Quando procurar ajuda médica em caso de dúvidas sobre a fase lútea?

 Se você percebe alterações no seu ciclo menstrual, sintomas muito intensos ou dificuldades para engravidar, é fundamental buscar a avaliação de um ginecologista ou especialista em fertilidade. O médico poderá solicitar exames como:

  • Testes hormonais (progesterona, estrogênio, FSH, LH, TSH)
  • Ultrassonografia transvaginal para avaliar ovários e útero
  • Outros exames complementares, conforme a necessidade

Sinais de Alerta que Merecem Atenção

  • Algumas alterações no ciclo menstrual podem indicar desequilíbrios hormonais ou condições que afetam a saúde reprodutiva. Fique atenta se você perceber:
  • Ciclos menstruais muito irregulares: menstruações que variam muito em duração (muito longas ou curtas) podem indicar problemas como SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) ou distúrbios da tireoide.
  • Fase Lútea Excessivamente Curta: se a menstruação vem menos de 10 dias após a ovulação, pode ser um sinal de deficiência de progesterona, dificultando a implantação do embrião.
  • Sangramento Fora do Período Menstrual: escape menstrual, sangramento após relações ou entre ciclos pode indicar pólipos uterinos, miomas ou desequilíbrios hormonais.
  • TPM Muito Intensa (TDPM): sintomas graves como irritabilidade extrema, dores incapacitantes ou depressão pré-menstrual podem sinalizar Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM).
  • Dificuldade para Engravidar: se mesmo após 1 ano de tentativas (ou 6 meses, se a mulher tiver mais de 35 anos) a gravidez não ocorrer, é importante investigar causas como baixa reserva ovariana, endometriose e ou alterações na tuba uterina 

Conclusão

Como você pode perceber na leitura deste artigo, embora pouco comentada no dia a dia, a fase lútea desempenha um papel fundamental no ciclo menstrual e na fertilidade da mulher. Ela é a responsável por:

  • Preparar o útero para receber um possível embrião
  • Manter o endométrio espesso e vascularizado por meio da progesterona
  • Garantir as condições ideais para que uma gravidez se desenvolva com sucesso

Quando essa fase não funciona corretamente, podem surgir dificuldades para engravidar ou até mesmo abortos precoces. Mas a boa notícia é que, com o diagnóstico adequado e o tratamento especializado, é possível reequilibrar o organismo e restaurar a saúde reprodutiva.

Por Que Conhecer Seu Ciclo Menstrual?

Seja para planejar uma gestação, monitorar sua saúde hormonal ou simplesmente entender melhor seu corpo, acompanhar as fases do seu ciclo menstrual é um grande passo para o autocuidado.

Alguns benefícios de estar atenta ao seu ciclo incluem, identificar padrões e possíveis alterações hormonais, facilitar as tentativas de gravidez (conhecendo seu período fértil), reconhecer sinais de alerta, como fases lúteas muito curtas ou sangramentos irregulares.

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